É com satisfação que apresento algumas fotos e algumas considerações sobre a viagem que
fiz com a Netinha ao Peru e à Bolívia de 05 a 28/10/2004, com ênfase especial à Arqueologia.
Quero convidá-los a sentir a mesma emoção que Netinha e eu sentimos. E, para isso, a leitura
desse pequeno site será ao som de "El Condor Pasa" (Daniel Alomias Robles - G. Milchberg),
interpretação a cargo de Los Koyas! Essa música é como se fosse o "Segundo Hino Nacional do
Peru e também do Alti-Plano".
Ah, sim: caso vocês observem que alguma(s) foto(s) esteja(m) faltando, basta posicionar o cursor do mouse dentro do respectivo retângulo, clicar com o
botão direito e escolher a opção "Mostrar imagem". Caso não apareça, tente novamente o mesmo procedimento. É possível que algumas fotos demorem para
aparecer devido a lentidão da rede do provedor.
Após quatro horas e meia de vôo de São Paulo, a primeira escala de nossa viagem foi durante
dois dias em Lima, que se situa um pouco acima do nível do mar. Apesar de
não ter quase atrativos arqueológicos (exceto a pirâmide Huallamarca), Lima possui interessantes
museus que devem ser visitados, tais como o "Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e
História" e também o "Museu do Ouro". Na foto à esquerda, a Praça de Armas, destacando o
Palácio do Governo, no centro da Capital Peruana.
Em Lima, merecem destaque também os bairros de San Isidro e Miraflores, onde vive a classe média
alta e a classe rica, sendo também a localização da maior parte dos hotéis de categoria
turística. Na foto à direita, Netinha em Miraflores, a zona mais nobre da Capital Peruana, destacando o
Oceano Pacífico (que, de "Pacífico", só tem o nome, de acordo com as informações dos guias
turísticos).
E, após o breve período em Lima, voamos para a interessantíssima Arequipa, a 2400 metros sobre
o nível do mar, a segunda cidade do Peru que, apesar de não ter tanto significado em termos de
Arqueologia, possui um interessantíssimo Patrimônio Histórico, contando a História do passado
da colonização espanhola. Na foto à esquerda, Netinha na Plaza de Armas, em
frente à Catedral de Arequipa.
Merece destaque o Museu da "Juanita", a múmia descoberta em 1995 de uma
menina que foi sacrificada pelos Inkas e, muitíssimo bem conservada, já que foi encontrada sob
o gelo há mais de 5000 metros de altitude. Ei-la na foto abaixo, na verdade um cartão postal, já
que o respectivo museu não permite que seu acervo seja por nós fotografado.
Também é recomendável uma escala de pelo menos duas noites em Arequipa, já que, com seus 2400
msnm, nos proporciona uma "interface" para a tão necessária adaptação à elevada altitude de
Cusco que é de 3400 msnm. E, na foto à direita, Ricardinho no Convento de Santa Catalina,
também em Arequipa.
Após Arequipa, voamos para Cusco, a 3400 msnm, cidade imprescindível para quem gosta de
Arqueologia e procura o Peru para visitar o incrível Patrimônio Histórico e Arqueológico. A
cidade nos mostra nitidamente o passado Inka, com suas construções anti-sísmicas e também as
construções espanholas que aproveitaram as construções dos nativos como "alicerce". Na foto à
esquerda, a Pedra dos Doze Ângulos e, ao lado de Ricardinho, um "descendente de Inka" que
"deu-nos uma aula de História", para receber uma boa "propina".
É notável o que tem ocorrido em Cusco com os terríveis terremotos da Cordilheira dos Andes, os
quais têm destruído sistematicamente Igrejas e construções espanholas de um modo geral, mas que
têm "descoberto" ironicamente construções Inkas muitas vezes utilizadas como "alicerce" e que
têm resistido de forma impressionante aos abalos sísmicos. Um exemplo que não deve ser perdido
é o da Igreja de São Domingos (Santo Domingo) construída sobre Korikancha, que é considerado
tão sacrado para os Inkas como o Vaticano para os Cristãos!
E, num passeio pelos arredores de Cusco, pudemos vislumbrar as impressionantes construções dos
Inkas na Fortaleza de Sacsayhuamán (de onde os espanhóis arrancaram pedras para construção da
Catedral de Cusco), bem como o "labirinto" de Qenko, além de Puka-Pukara e do Templo da Água
Tambomachay. Na foto à direita, a Fortaleza de Sacsayhuaman.
E, no Templo da Água (Tambomachay) (foto à esquerda), a água jorra constantemente e, segundo o
guia turístico, sabe-se que ela foi canalizada pelos Inkas e chega de mais de 15 Km de distância,
no entanto, ainda não foi descoberto o local da fonte dessa água!
No dia seguinte, num passeio de dia inteiro, pudemos vislumbrar o Vale Sagrado do Rio Urubamba
(também chamado Vilcanota) (foto à direita), além da Feira de Urubamba, próxima do Sítio
Arqueológico de Pisaq, além do "Ponto Alto" do passeio que é Ollantaytambo, que nos mostra
com nitidez o sistema dos Inkas para cultivo da terra em terrenos inclinados: a construção
dos "andenes" que são "degraus planos" para cultivo de batata, milho, e cereais diversos, nas
regiões montanhosas dos Andes.
Ver abaixo 3 fotos desse interessante Sítio Arqueológico de Ollantaytambo, onde se pode ver
o sistema de "andenerias", a "porta típica Inka" e um detalhe de um "encaixe" utilizado nas
construções inkaicas.
E, ainda no mesmo dia, pudemos ver o interessante Sítio Arqueológico de Chinchero, juntamente
com uma belíssima Igreja construída pelos espanhóis, que nos mostra em seu "Barroco Mestiço"
um aspecto interessante do inevitável sincretismo entre os Católicos e os Inkas.
E, no dia seguinte, o famosíssimo trem que, em quase quatro horas de viagem, percorre
diferentes altitudes e nos leva de Cusco ao povoado de Machu-Picchu. Após a parada do trem, uma
pequena viagem de micro-ônibus em 12 Km, que elevam o turista de 2040 para 2400 metros e nos
põe em contato com a famosa "cidade perdida" descoberta por Hiram Bingham em 1911!! É difícil
fazer um comentário sobre Machu-Picchu... Como eu costumo dizer, em patrimônios arqueológicos,
"... não aprendemos quase nada, mas apenas descobrimos o quanto ainda somos ignorantes..."
Nas fotos abaixo, um pouquinho de Machu-Picchu...
Hospedados no povoado (Machu-Picchu Pueblo) pudemos conhecer mais alguns aspectos muito
interessantes desse país tão interessante. Inclusive almoçar e tomar uma cerveja Cusqueña
na plataforma da estação, vendo o trem chegar, parar e desembarcar passageiros...
E, de volta a Cusco, no famoso trem, após uma noite para descanso, seguimos bem cedinho num
ônibus de turismo para Puno e, no caminho, conhecemos diversos Patrimônios Históricos e
Arqueológicos, como a Igreja de Andahuaylillas (considerada como a "Capela Sixtina Andina"
pelas suas belíssimas pinturas), o Sítio Arqueológico de Raqchi (com um interessante Colosso
de Pedra e Barro - foto à esquerda) e o Museu de Pucara, além de uma parada a 4335 msnm, na
divisa dos Departamentos de Cuzco e Puno.
E também uma paradinha em San Pablo, onde nós, turistas, podemos nos divertir "dando leitinho"
para Vicuñas, Llamas, Alpacas e Guanacos (foto à direita)! Lógico que o maior interesse era que
comprássemos a maior quantidade possível de "buginirs" (bugigangas & souvenirs)...
E, de Puno, seguimos de ônibus às margens do Lago Titikaka, o lago navegável mais alto do
mundo, a 3850 msnm, até cruzarmos a fronteira com a Bolívia, de onde prosseguimos a viagem
até Copacabana, às margens do famosíssimo lago! Na foto à esquerda, a famosa Igreja de Nossa
Senhora de Copacabana.
De Copacabana, navegamos o lago, num roteiro que combinou Catamarã e um trecho num famoso Barco
de Totora (Junco) rememorando a Cultura Incaica. Visitamos também a interessantíssima Isla Del
Sol e atravessamos também o estreito de Tiquina, onde o Lago Titikaka possui menos de 1 Km de
largura. E, em Chua, pegamos novamente um micro-onibus com destino a La Paz!
Nas fotos abaixo, a Isla Del Sol, o Barco de Totora e o Catamarã, tendo nas três fotos o
belíssimo Lago Titikaka como cenário!
A interessante "capital" Boliviana se situa a 3600 metros sobre o nível do mar, ou seja, cerca
de 250 metros abaixo do Lago Titikaka. No entanto, no caminho até La Paz, chegamos a passar
pela altitude de cerca de 4050 msnm. La Paz é na verdade um antiqüíssimo lago, do qual a água
escoou; sua forma é, portanto, uma bacia de cerca de 400 metros de profundidade rodeada pelo
Altiplano a cerca de 4000 msnm. Fica em El Alto, nos arredores de La Paz, o aeroporto que serve
a "capital" boliviana, que é o aeroporto comercial mais alto do mundo!!
Nas seis fotos abaixo, uma vista panorâmica de La Paz, duas vistas do Valle de La Luna, a Igreja
de São Francisco, a Avenida Mariscal de Santa Cruz e uma rua estreita próxima ao Mercado De Las
Brujas, com destaque para o pequeno e antigo ônibus, característico da "capital" boliviana.
Hospedados em La Paz, tivemos a felicidade de conhecer o Sítio Arqueológico de Tiahuanaco, com
as famosas estátuas antropomórficas, além da famosíssima Puerta Del Sol, construída com um bloco
monolítico, além do Templete Semi-Subterrâneo. Ver fotos abaixo desse interessantíssimo Sítio
Arqueológico.
Também perto de La Paz, pudemos conhecer Chacaltaya, a pista de esqui mais alta do mundo, a
5300 metros sobre o nível do mar!! Abaixo, três fotos de Chacaltaya.
E, de La Paz, seguimos para Santa Cruz de la Sierra, a apenas 400 msnm, cidade plana, de clima
quente, bem planejada e ajardinada, que nos faz lembrar o Brasil e onde a Petrobrás atua na
prospecção de diversos poços de gás juntamente com a empresa boliviana! Ver foto à esquerda.
Destaque para o zoológico com interessante fauna e flora que nos faz lembrar a nossa Amazônia
e o nosso Pantanal Matogrossense, planície que, por sinal, continua nos vizinhos Chaco
Boliviano e Chaco Paraguaio! E, nas fotos abaixo, um telefone público em forma de Tucano e um
Posto Petrobrás!
De Santa Cruz, seguimos para Sucre a "verdadeira capital" Boliviana, interessante cidade
colonial com rico e bem conservado Patrimônio Histórico. De acordo com explicação dos guias
turísticos, a Bolívia possui duas capitais, já que os Poderes Legislativo e Executivo se situam
em La Paz e o Judiciário, em Sucre. Por outro lado, Sucre é uma pacata cidade com menos de
200.000 habitantes, enquanto que La Paz, com sua população de mais de 1.500.000 habitantes,
trânsito caótico e bastante movimento, nos faz sentir como realmente sendo "uma capital"!! Na
foto abaixo, o Mosteiro da Recoleta, em Sucre.
E, a cerca de 150 Km de Sucre, a interessante Potosi, na qual pudemos visitar a segunda mais
antiga Casa da Moeda latino-americana, além da visita a uma mina!! Trajando macacão, botas e
capacete com lâmpada, entramos e nos aprofundamos numa mina de Prata, Estanho, Zinco, Cobre e
Chumbo, onde pudemos testemunhar uma condição totalmente sub-humana, na qual os mineiros, em
forma de cooperativa (já que o Governo não tem mais essa exploração de forma estatal como era
antes), fazem um trabalho extremamente perigoso e insalubre a troco de míseros US$ 4,00 por
dia, do qual, são obrigados a gastar mais da metade para comerem o mínimo necessário, além de
adquirirem seus cigarros e as Folhas de Coca, as quais mascam diversas durante o dia, para
inibir o sono e a fome e se manterem "com energia" para o desgastante trabalho. E, pasmem: os
mineiros também têm que adquirir as dinamites das quais necessitam para o trabalho!!! Na foto
abaixo, Netinha e eu, "trajados a caráter" para entrar na mina...
Isso tudo, sem falar na insalubridade de se respirar poeira, além do contato da pele com
produtos venenosos oriundos dos minérios, além das mais de 12 horas seguidas sem ver a luz do
dia!!!
E pensar que, no início da colonização, os espanhóis escravizaram os nativos, além dos Escravos
Africanos que, por outro lado, morreram em sua quase totalidade, já que não resistiram ao clima
frio, nem à altitude (4100 msnm), além das condições extremamente sub-humanas...
Na foto abaixo, Ricardinho sentado no banco, tendo ao fundo o Monumento Ao Charanguito,
instrumento musical típico da Música Andina.
E, na foto abaixo, o portal que "separava" a "cidade dos espanhóis", da "cidade dos índios
nativos", também no centro de Potosi.
E, de Sucre, seguimos para a interessante Cochabamba... com seu Cristo De La Concordia, similar
ao conhecidíssimo Cristo Redentor do Rio de Janeiro!! Cidade plana, a 2500 msnm, clima quente e
também com um "jeito descontraído de viver", similar à Santa Cruz de la Sierra. Na foto abaixo,
o Cristo De La Concordia, atração turística construída a pouco tempo nessa interessante cidade
boliviana.
E, próximo a Cochabamba, pudemos conhecer também Inkachaka, a apenas 700 msnm (a mesma altitude
de São Paulo), numa caminhada pelo mato, onde pudemos conhecer um interessantíssimo rio
subterrâneo, num clima extremamente úmido, com chuvas freqüentes e, fazendo lembrar, em alguns
aspectos a Serra do Mar, nos caminhos que separam a cidade de Santos da Região do ABC e da
Capital Paulista!!
Nas fotos abaixo, a "Puente Colgante" e a Antiga Usina Hidro-elétrica em Inkachaka.
E, no caminho de volta ao Brasil, por incrível que possa parecer, foi necessário um vôo pela
TACA de La Paz para Lima para, da Capital Peruana, tomarmos o avião da VARIG de volta para a
Paulicéia Desvairada. No vôo de La Paz para Lima, em 27/10/2004, no lado direito da aeronave,
pudemos vislumbrar mais uma vez essa panorâmica do Lago Titikaka, como é mostrado na foto à
direita!
Viajar realmente é muito bom, tanto no Exterior, como no Brasil! É a melhor maneira de aprender
História e Geografia, além de adquirir incríveis Conhecimentos Culturais! E Peru e Bolívia são
realmente dois países muito interessantes, com um povo bastante sorridente, hospitaleiro e
com bastante admiração pelo nosso Brasil! E os shows com a tradicional Música Andina aos quais
pudemos assistir enriqueceram ainda mais essa maravilhosa viagem!! Valeu a pena!!
E, de volta ao Brasil, retomem agora o contato com a nossa Autêntica Música Caipira Raiz:
cliquem no banner abaixo e visitem mais uma vez o
www.boamusicaricardinho.com:
A todos, um grande abraço de Netinha e Ricardinho!!